sexta-feira, agosto 27

Inconsciente

De que me vale ser consciente se inconscientemente já estou inconsciente? Tal e qual como tu e a “sede”; “sede” essa que inconscientemente me despertou um “apetite” (de ti), tal e qual como não queria, conscientemente.
Agora sinto “fome” e cada vez que não me “alimento”, não é o estômago que me repreende, é o coração.
No final de contas, bem podes ver que da razão pouco me resta…e do coração também! Tornou-se mais fácil, fingir que é um bocado de carne que goteja e pica as lágrimas do meu rosto, mas que se habitua às chagas do meu corpo.



domingo, agosto 22

Dois é bom, três já é demais I

Todos estampam o seu amor em um tom de pincel – eu matizava um amor e um reconhecimento.
A ti, minha benquerença, tingia-te de vermelho a fugir para o castanho; eras parte da minha estação fria que condizia no teu guia. Ao meu reconhecimento, eu dava-lhe o sol – era a atracção da preocupação. E isto rima com irmão.
A dor de escolher dois peculiares era mais dura, que continuar na febre da ânsia da divisão, nas doenças do coração. Então permanecia-mos: eu, tu e ele.
Esperava que o tempo amigo da dor, se encarregasse de avisar quando as pigmentações se cansassem.
Mas ensinaram-me mal; As cores não se cansam, saturam-se. Como o tempo que não cura, arrasta. Nós éramos membranas interligadas aos pares que estavam a perder a força com erosão da união. Era uma luta de machos em que a rapariga era o meio mas nunca a justificação.
Cada um visava mostrar a sua estação – se o amarelo cativava ao bem-estar e alegria; o vermelho puxava para o amor, o único que a vida tem programado para nós. Era mais fácil permanecer, cansada, imprudente e doente do que ficar sem.



Mas dois é bom, três já é demais.

quinta-feira, agosto 19

Paixão, amor ou nenhum dos dois


Isso é normal, não é? A paixão perder a força… O amor é que não! O amor não tem tempos; o amor é suposto não ter regras mas ser incondicional. Sem tempos, nem esperas. Mas acaba-se por esperar, porque é suposto valer a pena. Se vale a pena, acreditamos, se acreditamos, esperamos. Portanto, é errado deduzir que no amor não há tempos, mesmo que exista um tempo para tudo? Mas com tantos tempos cansados o amor não perderá a força? Como a paixão



Se calhar não estiveste apaixonado, estiveste encantado.
«Mas basicamente apaixonei-me por ti e estive apaixonado. Depois não vi muita resposta e acabou por perder a força!»

domingo, agosto 15

Qual é a moral da história? I


Tu gostavas de mim abundantemente enquanto eu só gostava de ti. Eu desiludi-te; Agora eu gosto de ti abundantemente enquanto tu só gostas de mim. Tu desiludiste-me.





Já não quero saber…(mas morro por dentro!)

terça-feira, agosto 10

Hoje sigo as memórias

“Ontem” as memórias seguiram-me, mas hoje (eu) sigo as memórias. Digo memórias, porque não passamos disso; de meras remanescíeis digitalizadas.
Digitalizados como fotografias; e agora fotografias peculiares. Somos parte do olho; somos retina e responsáveis pelo sentido da visão. Projectámos imagens e agora retemos “cópias”.
Hoje sinto-me pequena e sigo as lembranças. Mas sou pequena e contrasto com a tua imagem; tu és grande e corajoso. Tens altura em corpo e em espírito.
Tu tens a coragem que eu não tenho…ou tinhas. Porque agora foges(-me). Será que estou a confundir coragem com medos? Será que agora é que tens o ânimo?! O ânimo para me fugires não por não seres corajoso, mas por teres a coragem de o fazer. O que és tu e o que tens, afinal?
Já não sei se és grande ou se és pequeno como eu. Ou serei eu maior e tu menor que eu? Já não sei que tamanho é o teu. Julgo, que já não sei o que te enche o coração, se já nem conheço a palma da tua mão.
Tu que eras verde na esperança e vermelho na paixão és agora preto e branco nas memórias; Tu que me tinhas devolvido as sensações roubas(-me) agora as emoções; Tu que me aceitavas com os tempos conjugados ao contrário julgas-me agora pelos “meios”.
Meios termos e menos sentimentos. Mais períodos e meios tempo. Menos coração e mais afastamento.
O que te fizeram ao coração? O que me fez o tempo? Coração e tempo. Para onde fugiu o teu tempo? Onde deixei eu o meu perdido coração? Onde “deixamos” o coração quando ele precisou de uma mão? Coração e mão. Onde está a tua mão que me agarrava o coração? Onde perdi eu a (minha) mão que segurava a tua mão, que me segurava o coração? Onde e em que tempo deixamos a mão? Mão e tempo. Onde ficou o nosso tempo?
Hoje não são as memórias que me seguem, mas sou eu que as sigo. Não por medo de as esquecer, mas por receio de as perder. E hoje é o tempo das (nossas) memórias.
Memórias a preto e branco, memórias de cores perdidas. Hoje tens a cor de uma sombra; a sombra do que já foste, a sombra do que éramos. E agora, és a sombra, do que nunca serás!
Mas de que me servem as palavras se o coração está morto?! Para sempre… Porque
«desta vez é para sempre».Hoje és o meu mar de memória, a memória do baú que escolhi. E eu sigo-a.
«A partir de hoje disse para mim mesmo que não ouvirás o meu nome». É difícil, pois quando abro a janela, a lua mostra-me as estrelas, e as estrelas és tu. O teu nome é desenhado.
* Conexão com um texto escrito anterirormente: Hoje as memórias seguem-me: http://doce-amargo-sabor-do-pecado.blogspot.com/2009/08/hoje-as-memorias-seguem-me.html