O preto sobre o branco: vestigios da noite; guiados por uns seguidos pontinhos banais: vestigio do tempo; uns fechados, uns reservados, uns perdidos: vestigios de cada um de nós.
E é assim: agarro no que perdi e perco-me na fama que mal correspondi.
Experiências? Queimo a esperança que guardei, alimento tudo o que chorei, rio com tudo o que perdi. E danço por cima porque aprendi!
Em caminhos proibidos, com o peso de quando se perde alguém, uma em mil e uma maneiras quis que me largasses ai, porque não faria por ti nada do que fizeste por mim. Mesmo assim: agarraste-me, confortaste-me e ajudaste-me. Envolvi, envolvi e envolvi de novo, sem pensar que tudo o que perdi foi por estar ali.
Menti para mim, fugi, subi e perdi. Na ilusão que fui imperatiz, rompi.
Ainda assim ganhei o que desejei. No orgulho que despejei só a ti guardei. Paço a paço, aproximas, agarras, tocas, sentes, sem receares que pouco a pouco me canses.
Poucas das cores caidas sobre o ‘tapete’ sem odor: vestigios da noite; sobre um brilho intenso quase como uma cumplicidade enganada: vestigios do tempo; cada toque, movimento, sentido: vestigios de cada um de nós.
Mas com as mãos atadas, com uma visão distorcida, quis falar. Mas fui agarrada, trancada e salva. Soltei o que menos fiz e carrego a (des)ilusão que não quis.
Carência: elvavas-me, seguravas-me e eu superava-me! Eras o mais certo e eu a menos correcta. Mas até a ti te vi partir. E só ai corri atrás do atacador que num nó pouco ri.
Aí? Foste o porto seguro, um centro futuro. Mesmo calado: fizeste-me ouvir tudo o que precisei de sentir, fizeste credivel a força que até ele necessitou.
Tão pouco experiente e inocente, caminhamos degrau a degrau para o chão onde me desfiz. Soamos timtim por timtim a beleza que sempre quis. eu por ali e tu por aqui, percebemos que nem sempre tudo é feliz e riscamos o respeito do nosso peito.
As cores perdidas sobre o "tapete" com sabor: vestigios da noite; sobre um vestigio intenso de olhar perdido: vestigios do tempo; cada som, cada abraço, cada pecado: vestigios de cada um de nós.
Sussurramos que mais uma vez foi ali que me prendi, pois é sem dúvida o "nosso" perdiz – e provamos O sabor do pecado
(Agosto de 2008)