sábado, junho 13

Bagagens de amor

Não queria mais nada! Queria só que tudo se mantivesse assim: sem receios, sem hipóteses, sem suposições, assim só.
Falamos que não temos dúvidas, que confiamos, que acreditamos, que está tudo superado. Mas chega a hora, e o medo é sempre o mesmo - volta a negra memoria da derradeira hera, as reservas, a falta de comunicação, o triste sabor do pecado.
Não devia ser assim, eu sei. Mas também tenho noção que eram precisas mais sete heras iguais para a vontade não ser desconfiar, perguntar pela inexistência do nosso estar.
Eu sei bem, que é nesta altura que tremes por todos os lados, sonhas acordado mas finges não estar preocupado.
Não quero que guardes um balão de confusão para ti mas também não quero que bombardeies. Apenas, que confies que mudou, apenas.
Já te prometi que não volto a desapontar, e quero que acordes a pensar nisto, não sobressaltado, a perguntar “onde está ela agora?” – pensa comigo, achas que me arriscaria a perder tudo mais uma vez? Foi tão difícil muitas vezes, não virar as costas a tua mágoa, à tua ferida, e ir pelo caminho mais fácil, desistir de tudo o que fomos.
No entanto, eu permaneci, arranquei-te cada espinho de dor, adaptando-me ás tuas novas “exigências”. Mas também tenho consciência que o único que permaneceu só pode ser arrancado quando eu voltar e disser “estou aqui, pura e sem loucura”. Como sempre tive, embora menos nítida no passado, eu estou sempre perto de ti. Porque agora, mesmo a distância de um telefonema, não chega para desconfiar de novo das minhas certezas, para (des)acreditar que toda a magia que nos envolveu é conta do nosso sempre.
Já te tenho como objectivo, pois lentamente, apercebo-me que o que me resta é ficção, e tu estás longe de ser o “capricho”. Afinal, foste tu que me aventuraste a não reprimir de (re)conquistar tudo o que andava a perder.
Numa imensidão de amargura, tornaste-me vulnerável, mas tomaste conta de mim até eu saber quem era e acordar de um verão. Não me largaste da mão, mas foi como se me matasses. Era ingénua demais para conhecer a nova geração. Mas tu, sempre tu, mostraste-me em que consistia a mesma união. E mesmo inspirado na mesma revolta, tu não me deixaste cair, só não me fizeste rir quando me mostraste que o meu reinado tinha chegado ao fim. Nunca te afastas-te demasiado, só me levaste a conhecer de perto a dor e a querer o amor.
Agora estou aqui, tudo o que nos resta é a vontade de actuar no presente. O depois é pouco explicito mas só a nós é permitido agarrá-lo com garra, e cuidá-lo para não se desfalecer. Portanto, a vida é nossa, e num olhar eu mostro-te tudo, bem mais que numa cerca de palavras.

De bagagem ás costas, só me resta perguntar-te “estás disposto a continuar?!” – EU NÃO VOLTO A DEIXAR(-TE) IR.

(quando fizemos 19 meses, Junho de 2008)





* Releio(-nos) e publico(-te)...
Curiosamente,
épocas parecidas com tempos semelhantes!
As perguntas coincidem presentemente…

9 comentários:

  1. "Agora estou aqui, tudo o que nos resta é a vontade de actuar no presente. O depois é pouco explicito mas só a nós é permitido agarrá-lo com garra, e cuidá-lo para não se desfalecer. Portanto, a vida é nossa, e num olhar eu mostro-te tudo, bem mais que numa cerca de palavras." confiança acima de tudo.
    *****

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  2. Que lindo , meu deus.


    E passaremos mais tempo neste cappitulo chamado "sofrimento."

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  3. Apenas sou sincera.
    Não imaginas o quanto é bom saber que sentes o que eu sinto.

    Desistir não é palavra para ti, disso eu sei.

    Não tens de agradecer (:

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  4. O último comentário que recebes-te foi meu :x
    Só que tinha conta errada --.

    Sorry (L)

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  5. Peço desculpa pela invasaão mas gostei mesmo muito do que escreveste mesmo muitoO* Parabens e mais uma vez desculpa =D

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  6. Tu nem imaginas o sorriso que me li o que disses-te. Mafalda, fico tão feliz por ti *_*

    É melhor ir com calma, por vezes, as pessoas começam a por-se demais e depois estragam bastante. Não deitem nada a perder.

    Não agradeças, asério. Estás feliz é tudo o que peço.

    Quanto a mim, é mais complicado... Eu gosto da pessoa e ela de mim mas namora e cria tantos problemas :s vou tentar lutar mas acabo por ficar sem forças para lutar constantemente. E essa pessoa diz que ainda não pode deixar com quem namora para eu esperar. Mas eu sou bastante impaciente :$

    Mesmo "virtualmente" há pessoas magnifícas, tenho prova disso.

    OBRIGADO, eu (L'

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  7. Tu nem imaginas o sorriso que me li o que disses-te. Mafalda, fico tão feliz por ti *_*

    É melhor ir com calma, por vezes, as pessoas começam a por-se demais e depois estragam bastante. Não deitem nada a perder.

    Não agradeças, asério. Estás feliz é tudo o que peço.

    Quanto a mim, é mais complicado... Eu gosto da pessoa e ela de mim mas namora e cria tantos problemas :s vou tentar lutar mas acabo por ficar sem forças para lutar constantemente. E essa pessoa diz que ainda não pode deixar com quem namora para eu esperar. Mas eu sou bastante impaciente :$

    Mesmo "virtualmente" há pessoas magnifícas, tenho prova disso.

    OBRIGADO, eu (L'

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