É a Chloe

Nunca te disse, mas quando estávamos juntos, quando acordava de manhã sentia-me protegida, como se soubesse que olhavas por mim. Era bom acordar e saber que tu estavas comigo, sorria só de pensar e considerava-me sortuda. De repente foste embora e levaste a sorte contigo, a minha sorte. Tu não sabes, porque eu nunca te disse, mas tu eras para mim uma estrelinha do mar. Sabes o que são estrelas na minha língua, isso sabes, são sonhos, eras um sonho meu. E eras do mar sabes porquê? Por causa desses teus olhos verdes. Eras o meu sonho com cor e eu era sortuda por ter um desses. E eu era a tua conchinha que eu bem sei. Oh mas quando foste embora o mar ficou bravo, enrolou a areia e tu, estrelinha foste com ele, e eu concha fiquei em terra. Guardei alguma da areia que escapou à bravura do mar, o mar o teu olhar, e fechei-me em mim. Nunca te disse, mas senti-me tão sozinha em terra, mesmo com outras conchas bonitas, não havia nenhuma estrelinha como tu. Então esperei por ti, porque na minha ingenuidade apelidei-te como «a minha estrelinha do mar é para sempre». Os teus olhos acalmaram as lágrimas, o mar ficou sereno, e tu estrelinha do mar, voltaste. E eu estava aqui, mas mais frágil, mais fria, mais vazia, mas ainda estava. Nunca te disse, mas agora quando acordo de manhã, já não me sinto protegida, nem que olhas por mim, porque de repente tu podes voltar a ir embora. Desta vez já não ia saber esperar por ti sem morrer.

Chloe