sábado, maio 30

No more

Agora olho para trás e percebo que ainda andavas por aí, mas como és tão discreto mas ao mesmo tempo tão exuberante, nunca consegui ver para lá do que me vinhas a mostrar. Devias era pouco conhecer, que não há ninguém que entenda tão bem o que está escrito no teu coração, pois isso é o que está desenhado na palma da minha mão.Várias vezes estiveste para ir embora, e por algumas vezes deixei que assim fosse. Nunca tive força ou coragem, como lhe queiras chamar, para realmente pegar-te, a tempo, na tua mão, ou nunca tive, realmente, pernas para correr atrás de ti.
Mas mesmo assim, não sei como não desisti, como nunca percebi que os teus olhos grandes, me queriam dizer que não podiam brilhar por mim e que os meus pequenos, castanhos, não deviam perder tempo a observar os teus. Mas a verdade é que nunca deixei de sonhar. Secalhar é por isso que confias em mim quando te vendo os meus sonhos em folhas de cheque.
(..) E assim passávamos tardes inteiras, de mãos dadas, aliadas ao suor, de cabeça encostada no teu peito e pernas trocadas. Mais do que palavras ditas, foi o teu brilho de ar de dez anos e sorriso de doze que me entrou pelo coração e deu dois nós com dois laços na garganta.
Mais do que amantes, nascemos para nos perdermos juntos, para dirigirmos rumos diferentes perto um do outro, para tirarmos fotografias juntos e não um ao outro, para nos escondermos em destinos diferentes que nos levam ao mesmo ponto de (re)encontro; nascemos para sair cada um para seu lado e esbarrarmos na mesma porta de entrada.
Não sei de que formas o amor se pode expressar, esperar, mostrar, sentir, viver, etc. Mas quero inventar mais umas contigo, pois tens na alma o espírito de um vencedor, e só tu sabes jogar no segredo de resistir à mudança dos mundos.
Tens a bola do nosso amor a encher-te a mão, e jogas na defesa de a controlares para não a perderes de vista, ou na ânsia de não a deixares cair; e no contra-ataque de que, no desafio ou esperança, volte a querer jogar, este jogo de dois para dois.
No fundo, continuas o mesmo rapaz indeterminado, que um dia, perto do Natal, me prometeu o sempre.(escrito perto do Natal)

6 comentários:

  1. e por isso tudo... "no more"?
    luis
    lc_isf@hotmail.com

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  2. então esse é um "no more" totalmente diferente... espero que te faça feliz.. Curiosamente, a minha vida também teve um "no more" há semanas... depois de alguns anos..

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  3. ao menos a liberdade.. vem para nós com Sol :)
    Continuamos por mail? lc_isf@hotmail.com
    (o blog está realmente extinto) :)

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  4. Sabe bem poder-me erguer com todas as forças aqui a recaída. Obrigado.

    "Devias era pouco conhecer, que não há ninguém que entenda tão bem o que está escrito no teu coração, pois isso é o que está desenhado na palma da minha mão."

    Sem palavras para este post. Está magnifíco. Quem escreve bem és tu, aliás, muito bem.
    Gostei imenso.

    Um beijinho*

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  5. Obrigada pela visita! Conta com a minha,daqui em diante. Gostei! :)

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  6. Ouch :o
    este texto foi um soco no estômago.
    Adorei querida.

    ps: comecei a sublinhar um excerto e quando dei por mim já tinha atingido o final :) ahah

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