domingo, outubro 31

Foste embora II


Tu dizias:

«Eu gosto de ti Mafalda e gostava realmente de tentar ficar contigo».
Contudo, foste embora, e eu sempre soube que ias.

Eu sempre soube… E ainda assim, mentia um bocadinho, ao coração, em jeito de acalmia, que já chorava por ti, e escondia-me nas fugidas contigo, para me esconder do tempo em que ias.

Ainda hoje não sei se chore ou se reaja!
Já não sei como se chora, e já não sei como se olha (noutra direcção).

sábado, outubro 23

Foste embora I

«Gostava que tivéssemos dado continuidade a coisas que demos inicio.»





Lembro-me de ti, mas (já) não penso em ti! E tu: «o mesmo»!
Foste embora… E agora, eu choro ou reajo?!

domingo, outubro 3

Fotografias como memória

Como se expressam os sentimentos cansados? Ou será que sentimentos cansados só precisam de descobrir que já não são sentimentos?Se calhar somos comparados a duas fotografias perdidas num chão moído. Somos como uma memória…cansada! Mas talvez memória seja demasiado grande para duas pessoas cansadas.
Somos menos que isso. Somos mais fotografias e menos memória. Mas como podemos ser menos lembrança se a recordação é um retrato? Ou cheia de cor, ou a preto e branco.
Somos duas peças perdidas entre a memória, talvez a marca de água. Mas a mente engana. Nunca achamos o intermédio. A memória só nos leva a presenciar sentimentos muito bons ou sentimentos muito maus. Sem intermédios, somos como duas fotografias revaladas a negativos.
Mas talvez se pensássemos sobre o interior do rolo, talvez isso revelasse que a nossa reminiscência não seria uma memória tão cansada.
Será que isto sou eu cansada de pensar em ti como uma memória
? Pareço cansada deste sentimento, mas ainda é um sentimento, não é? Sentimentos estão sempre entra as coisas, ainda que cansados, são sempre sentimentos.... Como memórias são sempre memórias, ainda que em fotografias...cansadas!



Hoje sinto-me cansada. Ou se calhar é só a memória!