segunda-feira, março 29

Geometria descritiva

Para a intersecção de uma recta são precisos dois planos e ainda se precisam de dois auxiliares; para a intersecção da minha recta, não é preciso nada disso.Tu és a minha recta; Em geometria descritiva uma recta é o resultado da deslocação de um ponto segundo uma determinada lei.
Não precisei de conceber planos nem auxiliares; para descobrir a), b) ou c); muito menos de leis.

Estavas diante de mim - e eras o plano mais bem concebido; a recta mais bem formadaSó precisei de descobrir que em mim, não és geometria descritiva; mas és uma linha bem desenhada, bem carregada e bem cavada.
Não sei se a recta, nestas artes, têm de ser necessariamente positiva, ou se pode ser negativa. Ou se não é nada disto; Apenas reti, quando falavas de geometria descritiva que era assim o principio do processo.
Deduzi de imediato que a geometria descritiva sem rectas, não era nada; Assim como eu não sou nada sem ti. Não sei se foi uma generalização abusiva. Mas sabes que mais? Acho que isto dava uma regra de três simples.
Olha mas já estou a misturar geometrias, filosofias, matemáticas e nós.
Explicavas-me sempre tudo com tanto gosto, que acho que cheguei a aprender sem perceber. Dava-me gosto sim, ver-te ensinar-me; então focava a tua imagem de senhor inteligente, e atentamente ouvia-te falar de planos, a conceber uns traçados estranhos que originavam figuras, no qual achavas a partir de dados e números.
Eu abanava a cabeça em género “sim sim”, mas o que eu estava mesmo a admirar era como, o teu olhar verde tinha atenção para captar tantas linhas, números e figuras, para a tua cabeça conseguir emprenhar exercícios com tanta montagem de instrumentos.
Realmente eu pouco percebia como é que juntavas a regra com um esquadro, como é que encaixavas um compasso com um transferidor; Eu gostava mais de letras, de desenhar letras e cantarola-las para ti.
Achava-te tão inteligente por conseguires criar e dar uso a instrumentos. Então prestava atenção aos teus jeitos inteligentes, e jurei que tinhas potencial para ser um professor. E nunca desejei tanto um professor, confesso.
Admirava-te realmente. Mas tu dizias-me que eu não te ficava atrás - que tu sabias geometria; mas que eu sabia utilizar as palavras, e tinha jeito para filosofias. Que isso era mais importante, pois destas precisávamos em todas as circunstâncias.
“As palavras são comunicação”, dizias-me tu. E eu achava-me um bocadinho maior. Mas preferia continuar a olhar a intersecção de planos e a geometria descritiva.
Mas o que sei, é que são precisas rectas; ainda não sei é se o positivo e o negativo ligam alguma coisa aqui. Mas aprendi outra coisa, também há sombras nas artes dos desenhos.
E tu, na minha escrita és sempre a minha sombra – não porque me tiras a luz; mas sim porque sempre me ensinaram que as sombras andam connosco, e tu andas comigo; lado a lado.
Mas olha, senhor engenhoso; sabes mais: tu em mim és – recta: um objecto geometrico infinito a uma dimensão; e positiva: porque nós crescemos sempre com a recta. Somos duas variáveis e formamos uma nuvem de pontos ascendente. Como eu diria, uma correlação positiva; quando o aumento de uma variável corresponde normalmente ao outro. Mas isto já é macs!

quinta-feira, março 4

Dança

Estou de rastos; A dança deixa-me «doida».
Amanhã apresenta-se o «plano vivo» do espectáculo, com data para daqui a duas semanas.

Tenho de ir escriturar o bailado por entre o meu físico.
Uma boa noite companheiros